Venda digital cresceu 6% em 2010, mas a indústria do disco ainda chora
Desligue a música, por favor”, pede o moderador da entrevista coletiva por telefone, realizada na sede da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, em sua sigla inglesa), em Londres, após um jornalista ter, involuntariamente, acionado o tocador de MP3 de seu computador.
Apesar de acidental, o episódio é emblemático da crise sem fim do setor. Muita conversa e algum barulho, mas poucos sinais de que a indústria fonográfica possa recuperar o tamanho que teve até o fim do século passado. Convocada pela IFPI — que reúne cerca de 1.400 empresas do disco, de grande porte e independentes, em 70 países —, para a divulgação do relatório sobre o mercado digital da música em 2010, seu maior trunfo foi o aumento de 6% na receita de negócios digitais, que renderam US$4,6 bilhões, graças a mais de 400 serviços legais de download ou streaming . Mas o tom predominante continuou sendo o de lamúria. Mais do que apresentar soluções — atualmente, a aposta principal é o modelo da “nuvem”, no qual consumidores pagam mensalidades para acessar livremente e escolher o conteúdo musical, similar ao serviço de TV a cabo —, a presidente da IFPI, Frances Moore, e os executivos das gravadoras Universal, Max Hole, e Sony, Thomas Hesse, apontaram a pirataria como o principal vilão.
Pelo levantamento da entidade, 95% dos downloads de música foram feitos de forma ilegal. O que, segundo seus executivos, mostra que há espaço para crescer, desde que, claro, os governos “virem a mesa contra a pirataria”. Nos últimos sete anos, o mercado legal digital apresentou crescimento de 1.000%, mas, no mesmo período, as gravadoras perderam um terço de seu tamanho. Ou seja, como em 2010 o mercado digital representou 29% da receita da indústria, as perdas, com discos físicos vendendo menos, são maiores do que os ganhos com as novas formas de consumir música.
Desligue a música, por favor”, pede o moderador da entrevista coletiva por telefone, realizada na sede da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, em sua sigla inglesa), em Londres, após um jornalista ter, involuntariamente, acionado o tocador de MP3 de seu computador.
Apesar de acidental, o episódio é emblemático da crise sem fim do setor. Muita conversa e algum barulho, mas poucos sinais de que a indústria fonográfica possa recuperar o tamanho que teve até o fim do século passado. Convocada pela IFPI — que reúne cerca de 1.400 empresas do disco, de grande porte e independentes, em 70 países —, para a divulgação do relatório sobre o mercado digital da música em 2010, seu maior trunfo foi o aumento de 6% na receita de negócios digitais, que renderam US$4,6 bilhões, graças a mais de 400 serviços legais de download ou streaming . Mas o tom predominante continuou sendo o de lamúria. Mais do que apresentar soluções — atualmente, a aposta principal é o modelo da “nuvem”, no qual consumidores pagam mensalidades para acessar livremente e escolher o conteúdo musical, similar ao serviço de TV a cabo —, a presidente da IFPI, Frances Moore, e os executivos das gravadoras Universal, Max Hole, e Sony, Thomas Hesse, apontaram a pirataria como o principal vilão.
Pelo levantamento da entidade, 95% dos downloads de música foram feitos de forma ilegal. O que, segundo seus executivos, mostra que há espaço para crescer, desde que, claro, os governos “virem a mesa contra a pirataria”. Nos últimos sete anos, o mercado legal digital apresentou crescimento de 1.000%, mas, no mesmo período, as gravadoras perderam um terço de seu tamanho. Ou seja, como em 2010 o mercado digital representou 29% da receita da indústria, as perdas, com discos físicos vendendo menos, são maiores do que os ganhos com as novas formas de consumir música.
Mas, para Frances Moore, o fato de a indústria da música ter sido a primeira entre as criativas seriamente abalada pela Era Digital obrigou-a ao pioneirismo. Os 29% de receita digital no setor seriam muito superiores aos do cinema — apenas 1% — e do livro — com 2% de venda digital, apesar de toda a badalação em torno dos tablets, como o iPad da Apple.
Em 2010, a pressão da indústria conseguiu fechar nos EUA o Limewire — maior fonte de downloads ilegais no país —, enquanto, na Itália, foi bloqueado o serviço The Pirate Bay. Os executivos querem mais, caso contrário, “até 2015, será o fim de mais de um milhão de empregos nas indústrias criativas, apenas na Europa”. Ainda segundo o relatório, o enfraquecimento do setor vai afetar o surgimento de novos talentos.
— Ainda investimos muito no desenvolvimento de novos artistas — assegura Max Hole, da Universal, para depois perguntar, em tom de alerta: — Mas, se continuarmos assim, sem a entrada de recursos, como irão surgir os novos Beatles, Amy Winehouse e Luciano Pavarotti?
No entanto, pelo que se viu na primeira década do século XXI, muita gente surgiu através da internet, de forma independente, caso de grupos como Arctic Monkeys e Arcade Fire — mesmo que depois tenham sido contratados por grandes empresas. Mudou o perfil do público, que prefere zapear livremente, através de serviços como YouTube e MySpace ou dos inúmeros sites de artistas. Num primeiro momento, a indústria do disco tentou lutar contra as mudanças trazidas pela rede, quando deveria ter visto ali os caminhos para o futuro. E, nessa guerra, já perdeu uma geração de consumidores, crianças e adolescentes que cresceram navegando e trocando músicas pela internet.
AS MAIS VENDIDAS NA REDE EM 2010
1. “Tik tok” (Ke$ha): 12,8 milhões
2. “Bad romance” (Lady Gaga): 9,7 milhões
3. “Love the way you lie” (Eminen, com Rihanna): 9,3 milhões
4. “Telephone” (Lady Gaga, com Beyoncé): 7,4 milhões
5. “OMG” (Usher, com Wiil.I.am): 6,9 milhões
6. “California gurls” (Katy Perry): 6,7 milhões
7. “Hey, soul sister” (Train): 6,6 milhões
8. “Baby” (Justin Bieber): 6,4 milhões
9. “I gotta feeling” (Black Eyed Peas): 6,1 milhões
10. “Crushcrushcrush” (Paramore): 6,1 milhões
Fonte: O Globo
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