O pau e a pedra - verso e melodia - estão lá, intactos. Mas o fim do caminho é completamente novo. Sob a batida do tecnobrega, seus timbres digitais de sabor vulgar e o canto quente e úmido de Gaby Amarantos (conhecida como a Beyoncé do Pará) - o oposto da histórica leitura cool de Elis -, "Águas de março" soa novíssima. E impressionante. Lançada digitalmente na Europa como faixa-bônus do EP "L.O.V.E. banana", de João Brasil e Lovefoxx, a gravação não só aproxima Tom Jobim do terreno da música ultrapopular de Belém (gênero aberto por natureza, acolhendo hits do pop internacional e ritmos tradicionais do Norte) como também - seu feito mais notável - apresenta uma maneira originalíssima de cantar o clássico, renovando (e confirmando) a potência da canção.
- Achei sensacional - louva Nelson Motta, que ressalta exatamente a originalidade da gravação. - Já tinha ouvido a Gaby em disco, mas nunca a vi em show, o que dizem ser ainda melhor. Também sou fã de João Brasil, acho seus mashups incríveis, surpreendentes e incrivelmente musicais. O encontro com a Gaby gerou essa "Águas de março" diferente de todas as centenas de outras gravações, deu um sopro de novidade, um calor diferente. Amei.
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